
O uso de tecnologias inteligentes está remodelando a segurança do trabalho e essa foi a discussão no painel “Transformação digital na segurança do trabalho: inovações para a prevenção e gestão de risco”, no segundo dia da 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea).
A remodelação das práticas preventivas foi objeto da fala do engenheiro de segurança do trabalho André Luís de Brito Alves
O painel iniciou com o eng. seg. trab. André Luís de Brito Alves que destacou como a digitalização, a automação e o uso de tecnologias inteligentes estão remodelando práticas preventivas, ampliando a capacidade de análise de risco e promovendo ambientes mais seguros e eficientes.
No início de sua apresentação, o engenheiro abordou os fundamentos que conectam a transformação digital à área de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), construindo o conceito da chamada Segurança do Trabalho 4.0. Ele explicou como a integração com tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Big Data, sensores e inteligência artificial têm potencial para prever comportamentos de risco e apoiar decisões mais precisas e rápidas nos ambientes laborais. “Tecnologia sem adesão não é inovação”, destacou, chamando atenção para os desafios de implementação dessas soluções, especialmente nas pequenas empresas. A palestra encerrou com um forte apelo à articulação e união do setor: “O futuro da SST começa quando a gente caminha unidos”, afirmou.
Dados sobre acidentes de trabalho foram apresentados pelo eng. eletric. seg. trab. Darlessandro Ribeiro
Já na segunda palestra do dia, o eng. eletric. Darlessandro Ribeiro trouxe reflexões importantes em sua apresentação. Ele lembrou que o Brasil é o segundo país do G20 com maior número de mortes por acidentes de trabalho, um dado que reforça a urgência em modernizar as práticas de prevenção. “O foco continua sendo no ser humano”, ressaltou, ao defender que a SST precisa ir além dos muros das empresas e se integrar à vida dos trabalhadores de forma mais contínua.
Dados e tecnologias
Entre as tecnologias que vêm ganhando espaço na área, Darlessandro destacou o uso de wearables, como coletes, capacetes e relógios inteligentes que monitoram sinais vitais em tempo real, ajudando a identificar situações de risco antes que se tornem críticas. Ele também apresentou os beacons, sensores de localização indoor que permitem o rastreamento preciso de trabalhadores dentro de instalações, monitoramento de áreas de risco e integração com sistemas de segurança.
Fechando o ciclo de palestras, a engenheira Larissa Barreto Pessoa, presidente da Associação Brasiliense de Engenharia de Segurança do Trabalho (Abraest), reforçou que a transformação digital na área de SST vai muito além do uso de ferramentas tecnológicas. “Não se trata apenas de adquirir uma licença de software e sair fazendo inspeções por um aplicativo. É preciso analisar os dados, interpretar e transformar isso em ações concretas de prevenção”, destacou.
A interpretação dos dados e o protagonismo da inovação foram objetos da apresentação da engenheira Larissa Barreto
Ela também chamou atenção para o papel ativo dos profissionais da área nesse processo de mudança. “A inovação precisa partir de cada um de nós. Precisamos assumir o protagonismo e levar essas soluções para dentro das empresas onde atuamos. É assim que a transformação acontece de verdade”, concluiu.
Fonte: Confea